Eu procurei a utopia, a utopia me encontrou, eu busquei o soneto da tua felicidade, naveguei durante meses em um mar desconhecido, eu me afoguei, me deixei levar pelas ondas que cobriam o meu corpo de cevada, o espetáculo tinha se iniciado, os espectadores olhavam a cada passo meu, não sei se eram passos profundos, ou se meus braços acabaram se entrelaçando naquele submundo, é eu lembro quando me seguraram e tentanram me ensinar a nadar, mas de nada me serviu naquele instante, pois o mar no qual eu me afoguei, era o mar de lágrimas de sangue.
O mar de prantos, o mar de brilhantes
De nada vale teu sorriso
De nada vale a vida sem a serenata de suaves notas
Eu queria poder me jogar nessa valssa
Eu queria poder te abraçar e fugir para o branco que entrou nas profundesas da minha mente
Não sou uma capa invisível
Não sou o teu sonho horrível
Apenas sou esse ponto preto no meio da cevada da vida
Sou aquela que te cobriu de feridas
Sou aquela que almejou tua boca em plena corrida
Sou aquela que partiu, sorriu e deu as costas a jóia temida
Ó jóia! poque nãos brilhaste como o ourives prometeu?
A minha jóia agora é a minha única esperança
A jóia da andança
A jóia daquela lembrança, na qual um dia foi criança
A jóia da canção
A jóia de uma mulher com um pedaço de espinhos nas mãos.
Tainah Chaves